Jessie Miranda

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Até nas flores encontra-se a diferença da sorte; umas enfeitam a vida, outras enfeitam a morte!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Carta de Leo Lama sobre a morte do Plínio Marcos

Dia 19 de novembro é aniversário da morte do meu pai, escrevi este texto no
dia em que ele morreu: 19 de novembro de 99.


Meu pai morreu. Todo pai morre. Agora estou aqui pensando: o que foi que meu
pai me deixou? Apartamento? Não. Carro?Nem uma bicicleta. Dinheiro? Ele não conseguia pagar nem as próprias contas. Mas pagava a dos filhos. Roupas? Só um chinelo velho, mas meu pé é maior. Sem testamento, sem herança, sem nada? As peças. As peças de teatro? De quem são as peças de teatro? Meu pai era escritor. Escritor de teatro. Teatro? Teatro dá dinheiro. Tem gente que escreve peça pra ganhar dinheiro. Não, meu pai não. Não ganhou muito dinheiro com teatro. O que ganhou, gastou. Deu dinheiro pra muita gente. Meu pai não era um bom administrador. Era um "maldito", diziam, um "marginal", mas não era bandido.

Por que ele era maldito, afinal? Será que não pensava nos filhos? Por que não escreveu peça pra ganhar dinheiro? "Ninguém tem direito de pedir a um artista que não seja subversivo.". Meu pai escrevia sobre puta e cigano sem dente. Puta, cigano sem dente e cafetão. Puta, cigano sem dente, cafetão, presidiários, desempregados e fudidos. Puta e cigano sem dente? Puta, cigano sem dente e cafetão é chato, porra! Puta, cigano sem dente e presidiários não dava dinheiro. Puta, cigano sem dente e desempregados não tinha "patrocínio". Mas eu queria tênis americano, eu queria camisa Lacoste, camisa Hang Ten.

Meu pai tinha que ganhar dinheiro. Por que ele insistia em escrever peças sobre puta, cigano sem dente, cafetão e presidiários? Ele insistia. Puta, cigano sem dente, cafetão, presidiários, desempregados e fudidos. E o ator e Jesus Cristo e nada de "comédia comercial". Mas eu queria o meu "All Star", eu queria ter todos os discos dos Beatles. "Pai, me dá dinheiro pra comprar uma guitarra!" E eu tive, eu tive a tal guitarra, eu comprei todos os discos dos Beatles com o dinheiro dele (depois tive que comprar tudo de novo em CD com o meu dinheiro e agora dá pra baixar de graça na internet). Calça boca fina, camisa Hang Ten.

Onde ele arrumava dinheiro? Onde ele arrumava dinheiro pra me comprar tênis "All Star"? Ele achava que isso era "lixo americano". Ele achava que essa merda importada só servia pra aumentar a nossa alienação. Meu pai era generoso. Ele não ia deixar de me dar uma
coisa que eu queria, só porque ele achava que o que eu queria era imposto pela sociedade de consumo. Ele tentava me orientar, mas respeitava minha opinião de adolescente alienado. Onde ele arrumava dinheiro?

Era época de ditadura. Escrever sobre puta, cigano sem dente, cafetão e presidiários, incomodava os "poderosos". Porra, ainda mais essa! Já escreve sobre coisa que não dá dinheiro, mas além de não dar dinheiro, ainda é proibido? "Pai, me dá dinheiro pra comprar disco do Bob Dylan!". Meu pai fez novela, fez Beto Rockfeller. Mas Beto Rockfeller não conta, Beto Rockfeller era A novela, tinha a cara dele, era revolucionária. Ele fazia o Vitório, o melhor amigo do Beto. Ele ganhou um dinheiro, me comprou um tênis, uma guitarra, um...

Mas A novela era na Tupi. A Tupi faliu. Meu pai foi fazer novela na Rede Globo: "Bandeira 2". Mas a Globo é no Rio, o Rio tem praia, ele cabulava as gravações e ia pra praia: "Novela é chato pra caralho, porra! O direito da gente coçar o saco é sagrado.", ele dizia. Ele ia pra praia e lá ficava indignado porque naquela época a Globo não punha negros nas novelas e quando punha era nos papéis de escravo ou mordomo. Meu pai escreveu no jornal "A Última Hora" do Samuel Wainer, onde ele trabalhava, que a Globo botou a Sônia Braga dois meses tomando sol pra ficar escura, em vez de chamar uma mulata pra fazer "Gabriela". A Globo não gostou. Os "poderosos" da Rede Globo não gostaram. Fizeram ameaças, juraram de morte. Em fim, a Globo não dava mais. Quando ele tava por lá, ele bem que quis escrever novela. Afinal, eu queria dinheiro pra comprar tênis, disco, guitarra. Mas novela de puta, cafetão e cigano sem dente? Não, novela de puta, cafetão e cigano sem dente não dá. Se fosse cigano com dente, musculoso e mau ator, aí dava. Agora, cigano sem dente, pobre e fudido, não dá. Então não dá. "Na televisão brasileira, artista estrangeiro morto trabalha mais do que artista brasileiro vivo." Tudo bem, não podia fazer peça de puta porque a ditadura não gostava, não podia novela de cigano pobre, fudido e sem dente porque a T.V. não queria. Então o que que podia?
Não podia nem chamar a Rede Globo de racista, nem nada. A sinopse que ele fez pra uma novela quando finalmente a Globo chamou ele, era de uma tribo de ciganos que estupravam as filhas dos empresários e...bem, não aprovaram. E as portas iam se fechando. E a ditadura ali, descendo o cassete. E eu queria o meu tênis "All Star"! "Pai, porra, pai, eu quero dinheiro pra comprar time de botão!" Mas enquanto os "poderosos" iam dizendo: Não! Não! Não! Ele ia ganhando o respeito dos humildes de coração, um "povo que berra da geral sem nunca influir no resultado", um povo fudido, os marginais, as putas, os ciganos sem dente, os presidiários, um povo que não aparecia na T.V. "Pobre na Rede Globo almoça e janta todo dia". Pobre na Rede Globo tem dente, favela na Rede Globo não tem rato. Esse povo não era o povo dele.

O povo dele era entre outros, os sambistas, não esses de agora, de terno Armani, cercados de loiras recauchutadas, mas, os sambistas das escolas de samba de São Paulo. Os sambistas marginalizados, os que nunca gravaram CD. O Zeca da Casa Verde, o Talismã, o Jangada, o Toniquinho Batuqueiro, o Geraldo Filme, enfim, os que morrem na merda. "Silêncio, o sambista está dormindo, ele foi, mas foi sorrindo, a notícia chegou quando anoiteceu..."

Então a solução era fazer show com os sambistas. Meu pai contava histórias e os sambistas cantavam suas músicas. Mas os sambistas eram crioulos. Negros? Negro não podia. Em plena ditadura, Plino Marcos e "a negrada"? Que papo é esse? Poder, podia, mas ninguém queria ver. "A burguesia não me quer", ele dizia. Não podia peça de puta e novela de cigano sem dente pobre e fudido, não podia dizer que a Globo era racista e ninguém queria ver show com "a negrada". Então o que que podia? "Pai, me dá dinheiro pra comprar figurinha do álbum Brasil Novo!"

A ditadura quando eu tinha 7 anos tava em todo lugar, em cada esquina, no meio de cada casal que fazia "amor com medo", nos porões do Doicodi e nas torturas atrozes que muitos sofriam e eu lá: "Pai, me leva na Expoex, pai, me leva na Expoex! A Expoex é a exposição do exército! Eu quero ver os soldados, pai! Eu quero ver os tanques!" E ele me levava. Senão eu chorava. Eu chorava se eu fosse censurado e não pudesse ver a Expoex.

Quando eu tinha uns 12, 13 anos, lá estava o ônibus da escola pronto pra partir pra Porto Seguro com todos os meus amiguinhos dentro e os pais, do lado de fora, dando tchauzinho. E um amiguinho meu perguntou: "Quem é seu pai?" Eu não tive dúvida: "Meu pai é aquele!" E o meu amiguinho: "Aquele de terno e gravata? Aquele que tá conversando com o meu pai?" E eu: "É, aquele." O meu amiguinho gritou: "Pai, esse aí é o pai do Leo!" E a professora ouviu. Não, meu pai não era aquele de terno e gravata. Meu pai era outro. Era o que todo mundo tava chamando de mendigo. Meu pai era aquele de macacão e chinelo! Gordo de macacão e chinelo! "O pai do Leo é mendigo, o pai do Leo é mendigo!" Afinal, quem trabalha tem que usar terno e gravata.

Naquela época, um moleque de 12, 13 anos, era um tapado. Ou isso era característica minha? "Pai, por que você não trabalha? Pai, por que você dorme até meio dia? Pai, por que o pai do Paulinho tem carro e você não? Por que você chega de madrugada em casa? Pai, por que você anda de macacão e chinelo? Pai, me dá dinheiro pra comprar..." E o meu pai me dava dinheiro. Eu estudava em escola de "burguês". Eu estudei nas "melhores escolas". E olha que o meu pai odiava escola. "A cultura nas mãos dos poderosos constrange mais do que as armas; por isso, a arte e o ensino oficiais são sempre sufocantes", ele dizia. Ele saiu da escola na 4ª série do primário. Ele era canhoto. Na escola, as professoras o obrigavam a escrever com a mão direita. Ele fugiu da escola, ele sempre foi da esquerda. Era chamado de analfabeto. Com 21 anos escreveu "Barrela!". "Me chamavam de analfabeto, como se isso fosse privilégio meu, neste país." Meu avô queria que ele trabalhasse no Banco do Brasil, mas ele queria é subir num banco no meio da praça e fazer números de palhaço. A família chegou até a pensar que ele era débil mental. Meu pai foi pro circo. Ele amava o circo. Foi ser palhaço de circo. Era o palhaço Frajola. A escola dele era o circo, a minha era escola de "burguês". Mas como ele pagava a minha escola?

Foi preso, foi solto, ameaçado, escrevia em jornais e revistas, quase todos que existiam. Foi despedido de todos. A censura não queria meu pai escrevendo em lugar nenhum. O que fazer? Sair do país? Ele não falava direito nem o português. O que fazer? "Pai, me dá dinheiro pra comprar uma calça Soft Machine!".

Uma vez o meu pai tava com uma dívida muito grande, tava com dificuldade de pagar as prestações de um apartamento que ele comprou pra gente. Daí um belo dia a Ford ligou pra ele, convidando pra fazer um comercial. Era uma puta grana, dava pra pagar as dívidas e ficar bem tranqüilo por uns tempos. Meu pai não fazia comercial.

Foi vender livro na rua. Nas portas dos teatros, nas portas das faculdades, nos bares. Foi vender livro na porta de teatros aonde se apresentavam artistas piores do que ele. Ele mesmo editava os livros, ele mesmo ia vender. E podia? Não. Não podia. Várias vezes ele foi expulso pelo "rapa" como um camelô comum. E ele chorava? "Perseguido, o caralho! Eu não sou nenhum mosca-morta. Eu fiz por merecer. Fui uma pessoa que aproveitou bem a fama. Eu apedrejei carro de governador, quebrei vidraça de Banco. Foi uma farra. Não teve mau tempo." Tinha. Tinha mau tempo, mas ele não reclamava, eu nunca ouvi o meu pai reclamando da vida. Eu nunca ouvi o cara dizer que a vida tava difícil, ou que era "foda". Não. Ele só reclamava das injustiças. Ele berrava contra as injustiças, os preconceitos, a apatia. Meu pai é o Plínio Marcos, porra! Bela merda, tem gente que nunca ouviu falar. Pra muitos era só um fudido que não deu certo na vida, andando feito mendigo pelo centro da cidade. Já morreu. Não era melhor do que ninguém. (Não?) "Tudo se consegue com esforço; não se chega a lugar nenhum sem caminhar."

Com 15 anos eu quis sair da escola. Ele disse: "Sai logo dessa merda, eu te sustento até você encontrar sua vocação!" Eu saí, eu saí daquela merda na metade do 1º colegial. Acho que qualquer ser humano com o mínimo de sensibilidade, sabe: o ensino do jeito que é, faz mal pra saúde. Eu devia ter uns 17 anos, era de madrugada. Eu morava com ele. Eu tava na mesa da sala com o violão, triste, querendo encontrar a minha vocação, sem saber o que dizer, inibido, pensando em todos os artistas que eram muito melhores do que eu. Meu pai levantou pra tomar água, me viu ali, não disse nada. Foi até o escritório, voltou com um livro e leu um poema pra mim. "O corvo" do Edgar Allan Poe. Não disse nada, só leu a poesia. Não foi o conteúdo, foi o tom da voz dele, aquela voz doce que ele tinha. Ele declamava e eu ouvia como se ele me pegasse no colo. Foi dormir e me deixou ali, ouvindo o corvo dizer: "para sempre!".

Eu virei escritor, com 21 anos escrevi "Dores de Amores". Meu pai era um incentivador, idolatrava os filhos. Queria ser mergulhador só porque o Kiko, meu irmão, é. A Aninha, minha irmã, era tudo pra ele. Eu fiz vários shows com ele, pelas faculdades, pelos teatros, pelos bares. Ele contava histórias e eu tocava violão. Meu pai era generoso, violento, essencial, amava, amava tanto as pessoas que chegava mesmo a odiá-las. Lutava, berrava e me acordava. Meu pai não me deixou apartamento, carro, dinheiro, bicicleta. Nem o chinelo dele me serve. Eu tive e tenho que ganhar o meu próprio dinheiro. Até hoje, muito pouca gente quer montar as suas peças e muito pouca gente quer assistir. Meu pai já não precisa mais vender livro na rua, pra quem não quer comprar, ou pra quem compra só pra "ajudar".

O que eu mais queria é que ele me ouvisse agora: "Pai, você não me deixou nada que se possa enxergar. Nem carro, nem apartamento, nem bicicleta, nem chinelo. Me deixou a sua indignação, um pouco do seu temperamento, a lembrança de ver você acordando todo dia com uma puta força de vontade, com uma puta vontade de viver, sempre alegre, sempre fazendo piada das próprias desgraças, sempre dando tudo que ganhava pros filhos, sem nunca acumular porra nenhuma." E se ele me escutasse ele diria, com um sorriso malandro sem dentes, segurando as lágrimas: "Ê, Leo Lama!" Meu pai não sabia receber elogios. Mas se ele me ouvisse agora, eu diria:

Pai, eu preciso te contar, no seu velório foi muita gente, pai. No seu velório, estiveram os maiores artistas do país. Médicos, políticos, advogados, empresários, fãs, gente do povo, crianças e os sambistas. Os sambistas cantaram sambas em sua homenagem, pai. Suas mulheres, seus amigos, seus inimigos, todos nós, todos nós te aplaudimos quando o seu caixão foi colocado em cima do carro de bombeiro. Eu tava segurando uma aba, o Kiko a outra. Você foi cremado, pai. Seus amigos fizeram discursos emocionados, disseram: "Plínio Marcos, um grito de liberdade!" Nós jogamos suas cinzas no mar de Santos. Na ponta da praia, onde você passou sua infância. O Jabaquara, seu time, ficou na porta do pequeno estádio, uniformizado, com a mão no coração, vendo o cortejo passar. O povo na areia batia no surdo e entoava um canto mudo no crepúsculo santista e nós no barco deixávamos você escorrer pelos nossos dedos como se você nem tivesse existido. Eu ainda quis te achar no meio do mar, mas de repente já era só o mar. E você foi, como todo mundo vai.

É isso aí, pai: tanta gente te amava. Você sabia? Acho que ninguém te amou tanto como a minha mãe. O amor dela ecoa em mim. Mas, e eu, pai? E eu? Será que eu vou ter a mesma fibra que você? Eu não gosto de viver como você gostava. Eu não tenho a sua coragem. "A poesia, a magia, a arte, as grandes sabedorias não podem habitar corações medrosos." Eu acho que eu vou me vender, pai, eu acho que eu já sou um vendido. Eu só queria ser essencial, essencial como você. É difícil. Eu reclamo. A vida ta uma bosta! Tá difícil de encontrar pessoas essenciais, pai. As pessoas só falam e pensam no que é supérfluo. Eu não tenho assunto. Eu me sinto sozinho. Eu não sei sobre o que escrever. O mundo tá se destruindo, tem muita gente fudida, tem muitas festas e muita fome. Que indecência, pai, que vergonha que eu sinto desse tempo que eu vivo. Eu sei que você não tem saco pra choramingo, pai, mas me deixa desabafar, pai, só hoje, me deixa te falar sobre o sonho dessa gente, você sabe, essa gente, os "homens-pregos", fixos no mesmo lugar. Essa gente quer ter carro, pai, casa com piscina, essa gente quer ser rica e famosa, essa gente quer ser musculosa e quer ter bunda, essa gente diz que acredita em Deus e fode ele, essa gente não quer ser essencial, pai, essa gente... essa é a minha gente, pai, às vezes eu me olho no espelho e me acho parecido com essa gente. Me perdoa.

Um beijo do seu filho, Nado, que ainda usa o nome artístico que a gente inventou juntos: Leo Lama

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Só porque a realidade é dura pra quem sonha de olhos fechados, quer dizer que eu tenho que fechar meus olhos?
Eu sou capaz de sonhar com meus olhos abertos, sentindo os cheiros, os gostos, e sensível ao toque.

Eu quero as luzes acesas, sol e lua dentro do meu quarto.
Um eclipse acima de nós.
Com a chuva caindo sobre nossos corpos em cima da cama.

Quero olhar nos olhos e que enxerguem o clarão de minha alma sagitariana em chamas...
Meus olhos queimam, mas é fogo que sai de mim, e não há como não queimar onde encosto.
É só a vida faiscando através de mim.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Para o dia dos Namorados Vale muito a pena

Entre as idiotices publicadas no Facebook no dia de hoje uma publicação (apenas uma) chamou minha atenção.
Achei esse texto da Rosemary Urquico ( Texto original: Date a girl who reads) e por sua vez, foi traduzido e adaptado por Gabriela Ventura
 
Meu ponto de vista sobre o texto...
Acho que esse texto aplica-se a homens também.
E admito, no universo feminino há muita mas muita futilidades, futilidade sobre coisas que giram em torno do próprio umbigo... (em pequenas coisas), e no universo masculino, a futilidade está no desejo de conquistar suas ambições mais mesquinhas.
(Como no texto há exceções).

E já que minha amiga BettyFlor, vive dizendo que devo ESCREVER um livro (compartilho a mesma idéia em relação a ela) Então dedico Principalmente a essas mulheres
Betty Ono
Lidiane Barbosa
(e pq não) Jéssica Miranda.



(Direitos abaixo)

Date a girl who reads

Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.
Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.

Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criador pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro.

Compre para ela outra xícara de café.
Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gosta ou gostaria de ser a Alice.
É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.

É que ela tem que arriscar, de alguma forma.
Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.

Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.

Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo.

Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, durante algum tempo, são mesmo.
Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.
Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu [Cat in the Hat] e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.

Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.

Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve.

Texto original: Date a girl who reads – Rosemary Urquico

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Let It Be

When I find myself in times of trouble
Mother Mary comes to me
Speaking words of wisdom:
Let it be

And in my hour of darkness
She is standing right in front of me
Speaking words of wisdom:
Let it be

Let it be, let it be
Let it be, let it be
Whisper words of wisdom:
Let it be

And when the broken hearted people
Living in the world agree
There will be an answer:
Let it be

For though they may be parted there is
Still a chance that they will see
There will be an answer:
Let it be

Let it be, let it be
Let it be, let it be
There will be an answer:
Let it be

Let it be, let it be
Let it be, let it be
Whisper words of wisdom:
Let it be

Let it be, let it be
Let it be
Yeah let it be
Whisper words of wisdom:
Let it be

domingo, 3 de junho de 2012

Conclusão e descoberta por conta do meu e-mail


São Paulo, 3 de junho 2012.
Hora inicio: 01: 47

Hoje  olhei meu e-mail e resolvi fazer uma faxina no meu  pobre cansado e carregado e-mail. Ainda nem terminei, mas por algum motivo (e achados) muito particulares, me senti inspirada resolvi escrever.
Até retomei folego que havia sumido de algumas cabeçadas que ando dando pela vida.
Enfim, vamos ao e-mail.
Sempre ia respondendo, enviando e-mails e quase nunca tinha o costume de apagá-los, em meio a bagunça de sentimentos que venho sentindo de confusão que está na minha cabeça nesse tempo todo, comecei a olhar aquela lista sem fim e resolvi que era hora de jogar muita coisa fora. MUITA COISA MESMO!

Comecei através do meu e-mail, um mergulho no meu passado. Nossa! Quanta coisa eu encontrei, comecei a olhar meus erros e acertos. Se eu senti tanto (bom ou ruim), outras pessoas sentiram também. E através de 2000 e-mails, entre enviados e recebidos, comecei a viajar no tempo. Descobri coisas a meu respeito que eu acho que nunca soube que tinha (mas que sempre souberam por mim), comecei a enxergar com clareza meus erros, meus acertos, e tudo que eu fui, e no que fui me transformando no decorrer desses anos.

Achei tanta coisa fútil, coisas que eu nunca ia se quer ler, tanta coisa linda (que essas sempre estarão arquivadas, não irão pra lixeira), tantos desabafos (meus, de segundos, e terceiros), tantas verdades ditas através da escrita, e foram essas verdades que fizeram cair as fichas mais pontuais, e conclusivas das minhas atuais inquietações (e mesmo doídas, essas verdades também não irão para a lixeira, pois através delas pude concluir muitas coisas).

Já tem um tempo (algumas semanas) que venho me sentindo “mais velha”, posso dizer até mais “careta”, e o que me levou a sentir isso, foi olhar para dentro, mergulhar (ainda que de maneira torta) na minha dor, e começar a “leitura” do meu passado, me fez perceber o ponto alto dessa “maturidade”  e isso permitiu ver exatamente minhas maiores falhas.
Hoje com um pouco mais de “maturidade”, consigo perceber O TAMANHO de coisas que antes, eu jamais perceberia.
E se, tudo tivesse ocorrido hoje, eu notaria as consequências, só por observar, sem precisar viver as “tais”, ou não, eu realmente precisei passar por meus erros tão brutais e imbecis para crescer um pouquinho, e perceber que, SIM, contribui diretamente com as consequências que a vida me trouxe.

É.... já diziam, a vida ensina!!!!

Lá atrás, haviam tantas feridas inflamadas (pelo blog mesmo é possível vê-las), que ao invés de limpá-las (pois afetavam minhas vistas, e envenenou meu coração), eu preferia cultivá-las, ao invés de mandar tudo que era ruim embora, ficava ali, gostando do sofrimento, e muitas vezes, mas muitas vezes, metendo os pés pelas mãos. Dessa forma, não conseguia enxergar minha real imagem a um palmo de minha frente.
  Algumas mulheres, quando feridas, tornam-se o verdadeiro demônio, e através do calor da saraiva de ódio que sentimos (de nós mesmas na maioria das vezes), sem saber, muitas vezes fazemos mal a quem mais amamos e a quem mais queremos ver bem.

Errei, errei muito, errei querendo errar, errei querendo acertar, errei até tentando consertar os erros.
(os meus, e os seus)

Errei, e com minha contribuição, o destino criou um fantasma no lugar de outro (quem deu ordem, Sr. destino?), e resolveu substituir (sem avisar), que iria trocar de “vítima”, mas eu viveria outro fantasma se fosse para o seu ir embora. Eu viveria quantos fantasmas fosse necessário viver, para você não precisar viver nenhum.
Eu errei, e recentemente errei também, errei talvez mais uma vez para tentar tapar o sol com a peneira, para tentar achar as respostas...mas agora eu descobri que não quero respostas!
Prefiro as perguntas, essas de fato, são importantes! Eu quero sorrisos, o seu, o meu e os de quem nos querem bem......
Errei. É claro, quando estamos perdidos no escuro, damos tantos passos cheios de desespero que “batemos canela”, sofremos pequenas e grandes quedas, tropeçamos em pessoas, ferimos outras, por simplesmente querer alcançar a claridade.
E realmente, cabe a quem julgar????
Não, não sou eu quem vai exercer esse papel daqui pra frente!

Talvez tenha feito tanta coisa “ruim” mesmo sem perceber os malefícios, que algo tão delicado e precioso, não tenha forças para ser recuperado. Mas diferente de muitos momentos, eu claramente enxergo as minhas falhas, e não as quero mais comigo. Nem com ninguém na realidade!!!

Meus olhos hoje estão abertos, mesmo ainda desacostumada a essa claridade que chega doer a vista, gosto de começar a enxergar a minha essência, a essência do que eu senti quando olhei pela primeira vez naquele par de olhos cor de mel. Iguais aos meus.

Quero olhar esses olhos novamente, e restabelecer a força que essas almas tinham antes de ganharem suas dores, antes de ganharem suas quebras. Com as almas feridas, os olhares “perderam” um pouco o brilho, mas eu sei a força que essas duas almas quando inteiras tem, já vivi isso. São duas partes inteiras de um mesmo instrumento, lutando por uma mesma causa, soar harmonicamente, e não duas metades, dois instrumentos.

Hoje é um cristal quebrado? É. Mas ainda reflete o arco-íris quando o sol toca.
E é tão lindo!

O primeiro passo é reconhecer!


Da renovada @JessieMiranda
Hora termino: 2:47

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Laços



Os laços que de mim não saem,
Enfeitam minha cabeça, meu corpo, e me invade.
São laços atados para não desarrumar,
(mas desfiam)
São laços feitos para não soltar,
(mas caem, sem desamarrar)
São laços feitos pra ficar...
(e não se sabe quando começaram a fincar)

Os laços que envolvem meu corpo
em fita vermelha de cetim,
Me corta, me enforca, me entorta,
sangrando meu peito, enfim.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Coisas da Vida


Nunca foi pelo que você tem.
Sempre será pelo que você é.
Foi avassalador, tomou minha alma, me fez inteira.
Desde o primeiro olhar, ao tropeço do destino em nossas vidas.
E as mãos que se entrelaçaram antes mesmo dos lábios,
E que tanto se curtiram, por horas a finco.
Antes mesmo de descobrirmos quão mágico seria amar um ao outro!
E crescer um com o outro. Com nossos erros, com nossos acertos.
Descobrimos o poder que é mudar atitudes pelo outro, por consideração.
Isso é forte, é muito forte!
Superamos (juntos), tantas crises existenciais (de ambos) valorizando a presença um do outro naquele momento, e a vontade de permanecer juntos mesmo que não fisicamente, era maior que a provação que tínhamos que passar.

É difícil aceitar que a estrada dos sonhos é individual, quando o desejo é que mesmo os sonhos sendo diferentes, desejamos trilhá-lo pela mesma estrada.
Mas somos todos fantoches de um espetáculo chamado vida, e não cabe a nós decidir COMO serão nossos caminhos, mas apenas por ONDE vamos seguir.

Entre idas e vindas este ano completaria a metade de uma década.
Mas que sejam então quatro anos e alguns meses...
Vou viver, e é isso que realmente faz valer a vida.
Seja sozinha, seja acompanhada, seja inteira, ou solitária.

________________________________________


Sempre houve cumplicidade, amizade, e parceria nos momentos mais difíceis.
Eu sempre estive ali para você, e ainda estou, e estarei. De uma forma ou de outra.

Por mais que muitos digam que não, foi um casamento, aliás, foi além disso, e para mim, continuará sendo. Embora muitos tenham torcido contra, também tivemos uma grande torcida a favor.
(E isso contou muito)

Hoje talvez eu tenha que modificar o amor aqui dentro do meu peito, não será uma tarefa fácil, mesmo longe, gosto de saber que de alguma forma, estamos juntos.

Sei que curar feridas, sem afastar meus machucados do que me fez ferir, é muito mais difícil, mas sempre fui a “garota enxaqueca”, aquela que prefere os caminhos mais difíceis,
talvez por saber que são estes os mais intensos, os mais lembrados, os mais entregues.

”Ainda não é hora de fechar meu livro....”

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Linhas da vida - Testamento



Quando a velhice chegar, não quero esticar as linhas que marcaram as andanças da minha vida.
Até porque, envelhecer, são as linhas escritas por nós em nosso corpo. E elas falam por nóstudo que vivemos.
Por isso, tudo que escrevo, foi vivido, os caminhos por onde passo, são abertos e mostrados, sem medo.
Meu passado não me condena, me justifica. Meu presente, não é presente é só o embrulho, do que vou ver no futuro. Muitas vezes, o embrulho é muito mais significativo que o próprio presente.

Por isso, que mesmo em meio a tempestades em alto mar, vou levando a vida bem devagar...na calmaria.
Esperar também fazer parte de um longo processo, (é daí que vem a palavra esperança).
Esperando baixar tempestade do mar, vamos levando a vida até poder voltar a praia, e curtir mais tardes de sol com quem quer que você deseja estar, sentindo além do calor do sol, o calor que é amar.
Olhando a vida, sentindo a vida, vivendo a vida...

Para equilibrar os pólos de minhas tantas emoções, vou rindo da tristeza, e chorando da alegria, é assim que tento buscar "meu centro" nas coisas da vida.


Por Jessie Miranda

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Minhas mãos estao limpas de culpa.
Elas estão marcadas pela vida.
Do que toco, do que movo,
E o que coloco em meu corpo.
E o que coloco em minha alma.

Por minhas mãos, falo com gestos.
Com minhas mãos, faço justiça.
Em minhas mãos, a minha vida.

E nos meus dedos minhas digitais,
as marcas da minha vida,
a marca do que sou.
A marca do que marcou,
E o que em mim ficou.

(incompleto)
Jessie Miranda

segunda-feira, 5 de março de 2012

Em Cartaz: O PEQUENO SENHOR 1º de abril a 27 de maio

Sinopse
O desejo mais forte no coração do indiozinho Berimodo é ser um grande caçador, mas isso só ocorrerá quando sua planta - presente de seu pai - se transformar em árvore.
 Ansioso, ele tenta de todas as formas fazer com que sua planta cresça, chegando a questionar a sabedoria de sua Avó, desrespeitar o Vento, desafiar o Tempo, e lutar conta perigosa onça Uaiuara.

Perdido em sua ansiedade, não percebe quando o Tempo rouba-lhe sua planta e a entrega aos cuidados da terrível onça Uaiuara. Agora, para crescer, será preciso resgatá-la.
O menino parte em busca da onça junto com sua melhor amiga, Guacira, a menina metate índia, metade gralha-azul. Guacira, é um pássaro insolente e brincalhão, signo das verdades, e dos prazeres da infância.

Juntos lutarão contra a onça Uaiuara descobrindo o poder da amizade, da doação, e do sacrifício.

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Aguardo os amigos no Espaço Cultural Trilhas da Arte
Rua Frei Caneca, 384 - Bela Vista
do dia 1º de Abril a 27 de maio.
Todos os domingos às 16h00
Jessie Miranda

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Por fim....




Minha boca está mais calada,
Minhas solas, menos rodadas,
Por quanta coisa eu já não passei?

A vida já foi mais cantante,
Com amores muito mais constantes.
Por um tempo foi como eu sonhei!

Hoje meus olhos não são tão vibrantes,
Em minha fala menos consoantes.
Quantas lágrimas eu não derramei?

O meu corpo já esteve fechado,
Mas bastou olhar seu retrato,
Pra te amar como nunca te amei!

Meu cabelo já teve mais brilho,
O meu corpo muito menos quilos,
Oh meu Deus, será que eu errei?

Minha alma está fracassada,
Por dissabores que vi nessa estrada,
Sem contar o que planejei!

Minha mente só está girando,
Com palavras ouvidas aos prantos,
E perguntando: O que eu farei?

Meu coração todo ensanguentado,
Já não quer mais ouvir o teu lado,
Devagar diz que já o superei!

Sinto agora que estou mais distante,
De tudo que desejei antes,
Recomeçar... Onde foi que eu parei?

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

6º sentido

(A mão que afaga, é a mesma que bate)

Ela ressurge das trevas trazendo a escuridão para o meu mundo.
Já vi toda essa história antes.
O Apocalipse está de volta e vai devastar tudo. 
Mais uma vez.

Ela é o dedo sujo na ferida aberta.
É o câncer, a aids, as “set” (sempre set) pragas do mundo.
Ela é meu sofrimento diário, a dúvida dentro da certeza.
A carnificina que impregnou sob meus pés.

Destrói tudo de bom (e talvez não tão concreto),
que pouco a pouco eu construí.
Soa contraditório dizer que, sem ela,
Não existiria nada das coisas que eu construí?

Porque ela sempre esteve ali, observando tudo.
Presente em cada tijolinho, móveis, e corpos.
Sempre esteve ali, olhando tudo que acontecia.
Tomando conta para que nada fosse enraizado.

É o punhal de prata cravando meu peito
Bem devagar. Sangrando, até secar.
É o meu Não amanhecer de todos os dias.
O lado ruim que prevalece, vencendo o lado bom.

É o meu choro mais longo e sentido.
O mais doído e ressequido.
É o grito de fúria do cavaleiro por ter soltado o dragão.

 Julgam que é errado abrir a porta do inferno e soltar os demônios,
Mas se temos que enfrentá-los, que seja o quanto antes.
 Só precisamos de 20 segundos de coragem desconcertante,
Para fazer valer todas essas vogais e consoantes.