Jessie Miranda

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Até nas flores encontra-se a diferença da sorte; umas enfeitam a vida, outras enfeitam a morte!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Sempre à frente do seu tempo.

São Paulo, 21 de Agosto de 1989. Jéssica com 1 ano e 9 meses, e nada sabia da vida... ...Mas havia um cara, um cara que sabia demais, um cara que sabia do futuro, o que que sabia o que o futuro nos reservaria. Era um tal de Raulzito... Nesse dia, morre a maior mensagem do Rock nacional. Sim! Do rock brasileiro, o maior “cérebro a vinagrete” (trecho da canção metro linha 743) do Brasil. Raul era um gozador inteligente. Existem pessoas que o julgam por não ter a voz tão bela quanto a de Elvis, (E sou obrigada a concordar com este fato). Raul não era apenas música, Raul era uma filosofia de vida (pelo menos pra mim), e não digo isso pela trajetória de vida dele, (pois se não já teria morrido de Cirrose,rs), poucas pessoas que não gostam de Raul conseguem entender o porque Raul [é tão querido, só entendem aqueles que tem conhecimento da força de uma mensagem passada da maneira correta. Raul tinha amor, e tinha uma missão principalmente. A maior de todas. Inclusive maior do que a própria DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) Que o Torturou, e o exilou nos Estados Unidos. Raul queria apenas passar A MENSAGEM. A mensagem que ninguém de sua época entendia, que ninguém de sua esfera entendia, hoje tudo que ele disse é vivido. E sua música tem uma mensagem que é atual até hoje, mesmo tendo nos deixado a exatos 20 anos. Como diria Paulo Coelho: Raul é história! É passado presente e futuro!" “...Raul não morreu virou ‘Luar’, Luar é meu nome aos avessos não tem fim nem começo..” Numa segunda feira às 0500 da manhã, dia 21 de agosto de 1989, Raul Santos Seixas, meu maior ídolo, partia na sua nave espacial para encontrar "o seu moço do disco voador", partiu numa "metamorfose ambulante", levado pelo "trem das sete".Devido a uma pancreâtite aguda causada pelo alcool .Como tinha diabetes, pela falta de insulina, uma parada cardíaca, calou e parou a "areia da ampulheta", Faço minha as palavras descritas acima de um seguidor do Raulzito. Eterno! Como o Elvis Filho do casal Raul Varella Seixas e Maria Eugênia Seixas, Raul cresceu numa Salvador um tanto estagnada, alheia aos progressos de uma modernidade que passava ao largo da capital baiana. Em casa obtém uma cultura que o faz adiantar-se àquilo que era ensinado nas escolas, mergulhando nos livros que tinha em casa, na biblioteca do pai. Desde de o final de sua vida, sempre foi avançado na sua época, assim comprovou compondo músicas que até hoje, são escutadas. Seu gosto músical foi se moldando: primeiro, no rádio, acompanha o sucesso de Luiz Gonzaga, e nas viagens onde acompanha o pai (inspetor de ferrovia), ouve os matutos desfiarem repentes - e esta "raiz" nordestina nunca o abandonará. Num segundo momento, nas telas dos cinemas, encanta-se com o talento de Elvis Presley, de quem torna-se fã - e aponta-lhe o rumo musical: o Rock'n Roll. Sempre gostou também de clássicos do rock dos anos 50 e 60. Universo Alternativo - uma fantasia sobre Raul Seixas da autoria de André Koehne. Ampliar Universo Alternativo - uma fantasia sobre Raul Seixas da autoria de André Koehne. Junto a alguns amigos de Salvador, monta um conjunto, "The Panters", mais tarde conhecido como "Raulzito e os Panteras". Fazem shows no estado, e a convite da gravadora Odeon conseguem ir para o Rio de Janeiro lançar um LP, em 1960 - que foi um total fracasso.Raul, entretanto, volta ao Rio, desta feita contratado por outra gravadora - a "CBS" (atual Sony BMG). Ali participa da produção de diversos artista da Jovem Guarda, como Jerry Adriani. Mas Raul acaba rebelando-se. Aproveitando a ausência do presidente da empresa, grava seu segundo LP (intitulado "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10"), onde faz parceria com Sérgio Sampaio, à época um promissor sambista. O disco foi logo retirado do mercado - Isso lhe valeu a expulsão da CBS quando o presidente voltou. O disco então sumiu, "misteriosamente", do mercado. Já contratado da Philips (atual Universal Music), Raul lançou a música Let Me Sing, Let Me Sing no festival da canção de 1972, o que lhe deu projeção nacional. Foi, porém, no quarto LP (Krig-Ha, Bandolo!) que Raul alcançou finalmente o sucesso, estabelecendo a parceria com o hoje escritor Paulo Coelho. Por divulgar a Sociedade Alternativa nas suas apresentações, acabou sendo preso e torturado pelo DOPS, exilando-se nos Estados Unidos. No entanto, o sucesso do seu LP e da música Gita, que lhe rendeu um disco de ouro, fazem-no retornar ao Brasil. Lançou mais outros três discos pela WEA, que fizeram sucesso de público e desgosto na crítica. Por volta deste período, intensifica-se a parceria com o amigo Cláudio Roberto, com quem Raul comporia várias de suas canções mais conhecidas, como "Maluco Beleza", "O dia em que a terra parou", "Rock das Aranha", "Aluga-se", etc. Assinando novamente contrato com a CBS, lançou apenas mais um álbum e rescindiu do contrato. Seus dois discos seguintes e o livro As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor fizeram sucesso, mas depois Raul teve as portas fechadas novamente. Conseguindo um contrato com a gravadora Copacabana (de propriedade da EMI), grava um disco que foi grande sucesso entre os fãs, e esteve presente até em programas de televisão, como o Fantástico. Um ano mais tarde, fez seu último álbum solo. O último disco lançado em vida foi feito em parceria com Marcelo Nova, e foi lançado dois dias antes da sua morte. Raul Seixas faleceu dia 21 de agosto de 1989, às nove horas da manhã, vítima de parada cardíaca: seu alcoolismo, agravado pelo fato de ser diabético, causou-lhe uma pancreatite fatal. Raul Seixas. Morreu dia 21 de agosto de 1989, e foi encontrado morto às 7 da manhã de segunda-feira pela empregada Dalva Borges. Ela entrou no quarto como de costume para abrir a janela, observou-o, viu que o lençol o cobria até a altura do peito. Então, saiu dali para iniciar as tarefas do dia. Mas Raul não acordava e isso era incomum, geralmente, bastava um só ruído e ele se punha de pé. Agora, não. Preocupada, Dalva decidiu vê-lo de novo, Encontrou-o do mesmo jeito, e sem reação. Julgou que havia morrido. Passou a mão no telefone e ligou para os amigos Marcelo Nova e Jerry Adriani. Não conseguiu encontrá-los. Tentou então o numero do parceiro José Roberto Romeira Abrahão. Ele então pediu que Dalva colocasse um espelho próximo às narinas de Raul, para ver se ainda respirava. Ela foi e voltou dizendo que não saía vapor do nariz e ele não dava sinal de vida. Junto do médico Luciano Stancka e de Marcelo Nova, Abrahão se dirigiu ao flat de Raul e lá chegando o doutor verificou que ele estava morto já havia algumas horas e deu o atestado de óbito. A notícia foi segurada até a tarde para não provocar confusão no prédio. Ele morreu de pancreatite aguda, causada pelo excesso de bebida. Durante vida, Raul teve 5 esposas e 3 filhas e muita história pra contar.....

Um comentário:

johng disse...

Oi Jesse. Adoro seu homenagem ao Raul. Estou fazendo link ao seu blog no meu blog, "truth and rocket science" (http://truthandrocketscience.wordpress.com) num artigo que estou escrevendo sobre Renato Russo. Este não é publica já, mas vou publicar na próxima semana. --John