Hoje, pela manhã, ao sair para trabalhar, eu que não sou lá tão amiga delas assim, embora as admire um bom tanto, parei por um instante para admirar o trabalho e a delicadeza que as abelhas, habilidosas, dedicam ao beijar as suas flores.
Dizem que estão cada dia mais escassas. Talvez por que não haja mais tantas flores vivas assim para que elas - também - existam em abundância. Elas que nos dias que correm, visitam bordas de refrigerantes e bebericam nos sucos artificiais.
Sei que sentem sede e também sentem falta das flores em abundância... Os homens colhem as flores, arrancam-nas de seus jardins, para dedicar ao outro toda sua devoção em forma de vaidade. Não que eu não aprecie ganhar flores, o caso é que prefiro as que estão vivas. É minha forma de reivindicar que tenhamos flores vivas, em abundância, para que as abelhas não morram de tristeza e da doença do século, por terem que pousar entre tapas, numa lata de metal e que, a Vida possa escolher o destino das flores e nunca o homem sobre a sua sorte: que umas enfeitam a vida e outras enfeitam a morte.
(Jéssica Miranda)
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