“O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos
desonestos, dos sem caráter, dos sem ética...
O que me preocupa é o silêncio
dos bons.”
Martin Luther King.
Essa frase soa estranha para você que também é contra o
tráfico, não?
Pois é, mas mesmo você se rotulando contra o tráfico, você apóia
o tráfico todos os dias!
Nós, essa sociedade egoísta, hipócrita e alienada, somos os maiores – ouso dizer
até únicos – responsáveis pela morte de jovens (brancos, negros, japoneses, mamelucos,
caucasianos, ou qualquer coisa) todos os dias nas comunidades do Brasil.
Sim. Eu disse; nós. Somos nós que armamos o tráfico, nós que
puxamos o gatilho que matam os nossos jovens, nós que roubamos as oportunidades
dos jovens que sobrevivem no morro.
Como isso? Explico.
Ao ser CONTRA a legalização das drogas,
você FORTALECE o tráfico nas comunidades carentes. E carentes de TUDO!
Quando você fica doente, normalmente, corre até uma DROGARIA para poder tomar
um remédio que aja e te deixe melhor, pois bem, como o próprio nome já diz,
você está tomando uma droga para se sentir melhor. E não pense que a indústria
farmacêutica é boazinha quando fabrica os remédios. Não. Há muitas conversas –
que não sei se são tão conversas assim – que médicos e químicos já descobriram
a cura para doenças graves E A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA NÃO PRODUZ! Claro, é mais
lucrativo depender os necessitados do que curá-los!
Não ser a favor da legalização das
drogas, faz com que financiemos o tráfico, nós permitimos que o tráfico tenha capital
de giro para comprar armamento de policiais tão criminosos quanto os próprios
traficantes. Nós damos o poder para eles TODOS OS DIAS não sendo a favor da
legalização das drogas. Somos nós que tiramos a vida e as oportunidades dos
jovens, todos os dias, não sendo a favor das drogas!
Enquanto estamos parados discutindo a moral do: “As drogas são ruins e não
devem ser legalizadas”, existem jovens morrendo – e mães chorando – estes mesmos jovens, vendo no
tráfico sua ÚNICA oportunidade de ser alguém. É louco, mas dentro daquele
universo, acabam sendo mesmo.
Vinho,
cerveja, vodka, uísque, charuto, cigarro, remédios e etc., todos, eu disse
todos, são drogas legalizadas. Porém sobre elas, há orientações sobre os riscos
de seu uso. Usa quem quer; consciente de seus riscos ou não. Há propagandas de
cervejas nas TVs (a maioria das pessoas, acha bonito) e quando eu era criança lembro
que as TVs transmitiam campanhas de cigarro, hoje não mais. Os cigarros são
vendidos com imagens e mensagens sobre os riscos de seu consumo. Remédios
possuem bula e suas propagandas têm observações sobre seu uso de modo indevido.
E O TRAFICANTE?
BOM, ele vende fiado, às vezes, cobra a dívida com sangue. Mistura drogas para
torná-las potencialmente mais dependentes, aí, vendem como uma “ervinha
inofensiva”. Ah! E não avisam sobre os perigos de seu uso, não! Não querem nem
saber.
Recrutam jovens que, sem oportunidade e perspectiva, são facilmente ludibriados
com “o seu lugar ao sol”. Podendo assim, comprar o tênis, a roupa, “o ambervision,
frigi-diet, celular, master-line , camisinha, camisola e kamikaze” ou qualquer
coisa que a classe A/B esbanja por aí, e que agora com as redes sociais
conectando cada vez mais os universos, sem que a diferença entre eles diminua, estejam
certos que, estes desejos em quem não possui tanto, ou tantas oportunidades, só
tendem a aumentar. É tão claro e cristalino quanto o rio Tietê já foi um dia
que, com isso, a criminalidade SÓ aumenta. E você aí contra a legalização,
enriquecendo os tráficos.
Bem, eu sou USUÁRIA de medicamentos quando preciso, eu sou usuária moderada do álcool,
porém sou consciente de seus malefícios quando o uso é exacerbado, como também
dos benefícios quando o consumo é moderado.
As demais, nunca me apeteceram.
Diferente do Tietê, que está poluído, a poluição não está
nos traficantes e ou usuários, está nos olhos turvos, nos ouvidos sujos e
pulmões infectados da população pseudo moralista, pois é nela que está toda
essa sujeirada. Afinal, tudo tem seus dois lados, mas é mais fácil apontar seu
extremo.
E você aí, sentado, contra a legalização.
E você aí sentado, a favor do tráfico e da morte de quem já não tem mais nada a
perder.